quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Hoje era dia de rosas para ti. Comprei-as encarnadas da cor do sangue quando escorre e carnudas, sei que gostas, a exalar um perfume que só podia ser teu, era teu. Comprei-as à dez anos. Como à dez anos tu a mim, de mãos dadas, me ofereceste rosas que ainda hoje vivem, não vivas, num jarro alojado no cimo de um móvel em casa dos meus pais. Olham-me dos seus corpos mortos como se ainda respirassem, o encarnado agora cor de carne morta, a insistirem exalar o teu cheiro. Hoje era dia de mãos dadas num passeio de autocarro até Lisboa. Era dia de beijos e abraços despreocupados com o fim do tempo, porque naquela altura o tempo não acabava e como ele nós também não.
Hoje é dia de um sms distante, não um telefonema, para te lembrares que não me esqueço de ti.
Assino-o com um beijo, ou antes beijinhos, e muitos anos de vida.

1 comentário:

LuisElMau disse...

parabéns à destinatária e parabéns para ti.