sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Nenhuma delas és Tu.

Salto de festa em festa,
De copo em copo, de bar em bar.
Da pista para a cama,
Sem a Ti conseguir encontrar.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Leituras (2)

"... eu sou o cabo da tua enxada, aporta da tua morada,
a madeira do teu berço e do teu próprio caixão..."

Autor desconhecido in John Berger in «Aqui nos encontramos»

"O número de vidas que compartilham a nossa é incalculável."

John Berger in «Aqui nos encontramos»

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Leituras (1)

"Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!"

Alberto Caeiro in «O Guardador de Rebanhos»

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

#18.2 - THE DIVINE COMEDY - A lady of a certain Age

há bandas que após algum tempo, me apetecer ir buscá-las não importa em que armário estejam. acontece-me isto muitas vezes com os Divine Comedy parece que há sempre algo para descobrir, que não se sabe tudo... uma letra, uma música... acho que a forma como o Neil Hanon escreve e conta histórias são os principais responsáveis. nunca tinha prestado grande atenção a este álbum, mas qualquer coisa me chamou a revisitá-lo e foi bom. deixo aqui esta música que me chamou a atenção pelo fundo triste do que é perder o que quer que seja na vida, especialmente a nós próprios. sinto também nesta letra, a presença de um "amigo" comum ao qual, também, elevo o meu copo para brindar, "brindar aos amigos ausentes". à Vossa!

The Divine Comedy
Back in the day you had been part of the smart set
You'd holidayed with kings, dined out with starlets
From London to New York, Cap Ferrat to Capri
In perfume by Chanel and clothes by Givenchy
You sipped camparis with David and Peter
At Noel's parties by Lake Geneva
Scaling the dizzy heights of high society
Armed only with a cheque-book and a family tree

You chased the sun around the Cote d'Azur
Until the light of youth became obscured
And left you on your own and in the shade
An English lady of a certain age
And if a nice young man would buy you a drink
You'd say with a conspiratorial wink
"You wouldn't think that I was seventy"
And he'd say, "No, you couldn't be!"

You had to marry someone very very rich
So that you might be kept in the style to which
You had all of your life been accustomed to
But that the socialists had taxed away from you
You gave him children, a girl and a boy
To keep your sanity a nanny was employed
And when the time came they were sent away
Well that was simply what you did in those days

You chased the sun around the Cote d'Azur
Until the light of youth became obscured
And left you on your own and in the shade
An English lady of a certain age
And if a nice young man would buy you a drink
You'd say with a conspiratorial wink
"You wouldn't think that I was sixty three"
And he'd say, "No, you couldn't be!"

Your son's in stocks and bonds and lives back in Surrey
Flies down once in a while and leaves in a hurry
Your daughter never finished her finishing school
Married a strange young man of whom you don't approve
Your husband's hollow heart gave out one Christmas Day
He left the villa to his mistress in Marseilles
And so you come here to escape your little flat
Hoping someone will fill your glass and let you chat about how

You chased the sun around the Cote d'Azur
Until the light of youth became obscured
And left you all alone and in the shade
An English lady of a certain age
And if a nice young man would buy you a drink
You'd say with a conspiratorial wink
"You wouldn't think that I was fifty three"
And he'd say, "No, you couldn't be!"

domingo, 14 de outubro de 2007

Radiohead - 2+2=5

Em tempo de lançamento do novo disco (versão digital por agora e em cd e vinil dia 3/12) deixo aqui dois videos pertencentes aos dois últimos álbuns. "In Rainbows" está a revelar-se um disco genial, um forte candidato ao meu "top three" dos radiohead. É bom ver que ainda há mentes brilhantes no mundo.

Radiohead - Like Spinning Plates video

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

A propósito de comboios

A propósito de comboios,
Em Sta. Apolónia há uma estação cheia deles que partem a toda a hora,
Mas, vou aos bolsos e o dinheiro parece nunca chegar.
Todas as viagens se me apresentam demasiado caras e os destinos conhecidos.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Se o digo, estou certamente a mentir.
Se o calo estou, por outro lado, a esconder.
Sou tão incrivelmente bom nesta merda,
Que consigo mentir de boca fechada.
Sem palavras o silêncio torna-se insuportável.
Com elas, este revela-se uma prova de bom senso.
Se esperarmos pelo momento certo para dizer a coisa indicada,
Seremos capazes de concluir que ele jamais chegará.
Assim, mais vale estar calado. É preferível não escrever,
Não dizer, não fazer.
Respirar sem querer nem saber. E,
Mentir quando a isso somos obrigados. E,
Aprender a amar o silêncio quando amamos.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Sound Team - Born To Please


Conheci esta música recentemente e não descansei até saber a quem pertencia. Chamam-se Sound Team e têm apenas um albúm "Movie Monster" que data do ano passado (2006). Ouvi o álbum, ainda que poucas vezes, e não encontrei nada ao nível de "born to please". Por me ter ficado no ouvido dedico-lhe este espaço, não consigo parar de ouvir "...Move around but never through?
That's the only thing we ever do".

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

light emitting grief - Live Strength to change

A Banda

No ano da graça de mil novecentos e troca o passo, cinco rapazinhos entre os seus 16 e 20 anos, decidiram que queriam formar uma banda. O primeiro ensaio ocorreu no mês de Maio desse mesmo ano e, à falta de material, realizou-se sem microfone nem bateria mas havia voz e um djambé. Quanto à secção de cordas eram três guitarras acústicas. Tintin voz, Isidro guitarra, André guitarra, Ricardo baixo, Renato bateria. Eram estes os elementos constituintes e suas respectivas funções. O nome nunca foi muito certo mas começou por Blend e terminou em Light Emitting Grief ou os famosos L.E.G.
Após a criação de dois ou três temas neste formato, decidiram começar a ensaiar, de quando em quando, num estúdio (com material a sério). Outras músicas foram surgindo com o progresso da banda tendo-se tornado em verdadeiros êxitos ou até mesmo fenómenos musicais entre a banda – e também entre alguns amigos e familiares, fervorosos apoiantes da causa. Com o “boom” da divulgação, entre dez ou vinte pessoas, o público exigiu concertos, espectáculos. Mas esta era uma banda especial e mítica, e portanto, pouco adepta das luzes e câmaras da ribalta. Nasceu então o culto do concerto anual nas Caldas da Rainha (na abertura do ano lectivo da ESTGAD). Eram festas e romarias, excursões vindas de todos os pontos do país carregadas de garrafões de vinho e barris de cerveja. Após dois anos, dois espectáculos, foi decidido terminar com este culto. Momentos difíceis assombravam um promissor futuro, a distância, o trabalho obrigaram ao afastamento de dois membros. Seguiram-se tempos de inactividade e tristeza para os fãs (cerca de cinco ou seis) que de tempos a tempos questionavam “que é dos LEG?”. O vazio do silêncio apoderou-se das almas destes jovens que sentiam ter passado ao lado de uma brilhante carreira no mundo da música. Seria este o momento da morte dos LEG? A resposta é negativa, pois um fervor criativo possuía estes rapazes, que não olhando para trás, decidiu procurar um novo baterista, sendo o feliz escolhido Ricardo D. A banda regressava assim ao estúdio com novo material e um novo formato, quatro elementos. Seguiu-se um período fértil e frutífero, o público clamava apresentações em palco, e tal sucedeu, mais uma vez envolvido num ambiente de culto. O primeiro ocorreu em Linda-a-Velha, local onde se encontra o Crossover estúdio que acolheu a banda, na famosa Academia, o segundo na terra do parque infantil, essa mesmo, Sobral de Monte Agraço numa praça assemelhada a uma praça de toiros. Estrondoso, fantásticos, indescritíveis estas actuações, são momentos que não se repetem e deixam saudades. Posteriormente, e devido ao cansaço provocado pela estrada, houve um recolhimento acompanhado com a excelente notícia do regresso do filho pródigo, era ele Isidro caldense estava de volta a Lisboa e pronto para reingressar nos LEG. Remetidos ao estúdio, por opção própria, o trabalho intensificou-se e após longos meses de árduo trabalho surgiu o tão aguardado EP constituído por duas canções reveladoras de um gosto eclético e de uma riqueza criativa inigualável. Duas belas canções “Empty” e “We seem like nature” produzidas por Sarrufo, Bravo e os próprios LEG. Felizes os que possuem no seu espólio musical esta relíquia, esta obra prima, pois é uma peça de arte que se encontra “sold out all over the world”. O desgaste e novas partidas, levaram uma vez mais à interrupção da carreira construída de suor e lágrimas destes rapazes de futuro promissor. O regresso é há muito aguardado e eles prometem que talvez um dia… Enquanto isso, deixo-vos com um testemunho das magníficas actuações ao vivo deste fenómeno musical, o tema intitula-se “Strength to change” e foi captado na Academia de Linda-a-Velha num magnífico espectáculo de luz e cor.
Sras. e Srs. tenho a honra de vos apresentar, A Banda.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Written in Blood

Ai está o primeiro single de apresentação ao novo disco dos She Wants Rvenge - This is forever que sairá dia 9 de Outubro. O video é sedutor, sensual, sexual e brutal. A música, seguindo a linha das anteriores, promete um álbum de qualidade. Já tinha saudades, espero que estejam a planear visitar o nosso país, desta vez para um concerto não integrado num qualquer programa de festival.

domingo, 19 de agosto de 2007

The day after

Headache headache,
Voices noises crashing inside the brain
Headache headache,
You wish you hadn’t said “hey”.

On the day after
Nothing is real besides pain.

Hangover hangover,
Slowly flashes come up to your mind
Hangover hangover,
Emptiness has taken your day.

Feel the guilt, feel the blame
In the morning nothing is the same.
On the day after
Nothing is real besides pain.

Can’t change, can’t skip
The painful hours.

You wish you could just sleep.

On the day after
Nothing is real besides pain.
Feel the guilt, feel the blame
Nothing is real besides pain.

07/07

Sunshine Undergorund - Borders (Paredes de Coura 15-08-07)

Para quem esteve e viu, e para quem não esteve e gostava de ter visto. Fica um "cheirinho" dos Sunshine Underground em Paredes de Coura 2007. Gostei muito do concerto não por ter sido espectacular(talvez demasiado "show-off", no entanto, musicalmente irreprensíveis com bom som e poder), mas porque gosto muito da banda. Num ano tão rico em concertos bons (sbsr, coliseu), este foi mais um. Esperemos continuar com a qualidade a que este ano nos habituaram. Quanto a PdC, encontramo-nos por lá no próximo ano.

domingo, 5 de agosto de 2007

Queria encontrar-te no meio da multidão. Que me assaltasses os olhos e me levasses contigo.
Saio à rua. A chuva mergulha em queda livre directa às pedras da calçada onde se desfaz e dissolve em poças que já foram gotas. Estamos em Julho e o calor derrete-me o corpo enquanto a chuva não penetra pelas minhas roupas. As pessoas vivem à pressa, do autocarro para o metro, “próxima estação?”
Neste movimento contínuo distingo-te num cardume de gente agitada. Trazes os cabelos soltos – pouco usual em ti, o que é que mudou? – que formam longos canudos negros pintados pela água. Aproximo-me. Não te quero dizer nada, não, não agora. Agora só quero ficar abraçado a ti, fechar os olhos, sentir o teu corpo – as saudades que tenho de sentir a tua respiração no meu pescoço enquanto nos abraçamos – ficar, só ficar… O semáforo caiu verde, à medida que te aproximas… merda! Eu ia jurar. Ia jurar que tu, o teu andar, o balanço das tuas ancas, o som da pulseira que trazes no tornozelo e anuncia a tua passagem. Era a tua pele, morena com um cheiro que ainda não identifico mas que aprendi como teu. Tu, recém chegada de mapa na mão lendo as palavras e pronunciando-as de modo errado, como se cantasses em lugar de falares. Eras tu, que passados meses te sentias em casa numa cidade feita à tua medida, que nesta altura já percebias tudo, que me percebeste à deriva nos dias para te encontrar. Tu, quando já não precisavas de mapas, que depois de te ter encontrado me deste um beijo e disseste “Adeus”… Só podias ser tu, que me trouxeste de volta à vida que me fizeste sentir o que desde há muito…Porra! Porra! Porra! Nesses últimos dias contava as horas que tinha para não te deixar partir. Hoje conto-as, já passaram 129 horas e 2 minutos, sem saber se alguma vez vais regressar, ainda que por uns dias. Penso no que poderia ter feito diferente mas, do que me ocorre, nada te teria feito ficar e desistir de uma vida que já tinhas. Se ao menos tivesses perdido o avião, talvez tu nesta chuva quente que se derrete no corpo, talvez pudesse ser que fosses tu.

16/07/07

Quem me dera esta noite

Quem me dera esta noite
Ter alguém perto, aqui,
Que me fizesse esquecer o frio,
Que me fizesse esquecer de ti.

Alguém que ao acordar
Me beijasse com demora,
Me dissesse “Bom dia” com o olhar
Como tu o fazias outrora.

Mas o rasgar da manhã traz consigo o pesadelo!
A descoberta da mentira
Cria-me no estômago um novelo

De lágrimas, de dor, de coisas soltas,
De desespero e gritos de revolta
Pois o dia traz-me a certeza de que não voltas.

27/05/07

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

The Thrills - Nothing Changes Around Here

esta semana ouvi repetidamente esta música. soa a adolescência, soa bem.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Presença constante

Trazem-te as ondas,
Traz-te o vento,
Ambos te trazem
Ao meu pensamento.

Traz-te o sol
E também a chuva
Na saudade, da tua
Mão na minha como uma luva.

São abraços e são beijos
Que trago na memória,
Que me fazem chorar por serem história,

Que me enchem por serem desejos.
A tua presença invade-me a todo o momento
E escrevo estas palavras no silêncio d’um lamento.

14/06/07
Na minha mão está uma faca
Que não sabe como
Veio aqui parar.
Mas eu sim. Sei
Que é p’la vontade,
Devido ao desespero e infelicidade,
Que tenho de a cravar.

Não avança nem recua
Sem a minha autorização
E contemplo-a, fria e nua,
Enquanto reflecte a vida crua
Ao mesmo tempo que a cobardia actua
Sobre a faca que está na minha mão.

5/6/07

Maravilhoso Funeral!( um Requiem contemporâneo)

Já muitos compositores, escreveram trabalhos dirigidos aos finados, no entanto, e apesar da genialidade de algumas destas obras, o texto limita-se à pobreza religiosa, em que o sentimento latente e manifesto à perda de alguém querido, está esquecido e parece não surgir implicado. Ao ouvirmos Funeral, álbum de estreia dos The Arcade Fire, podemos dizer que estamos perante uma mudança de paradigma no que respeita à forma do Requiem. Assim, da primeira à última música, somos conduzidos por um mundo complexo e variado, onde os instrumentos conversam entre si num diálogo íntimo de quem se conhece, e a cada palavra deitada para fora, uma nova ideia, uma nova vida nasce. Entramos por Tunnels que nos transportam a quartos que nos habituámos a ver com vida, cheios agora pelo marulhar da água, jorrada pelas cordas de um piano que chora, e aqui, “esquecemos tudo o que conhecíamos”. Ao longo do disco, acentua-se a procura de alguém que já não é, que já não está, e somos então convidados a amar as pessoas de quem gostamos enquanto é tempo, pois a partir de um fim, o mundo deixa de ser como sempre o conhecemos, e é substituído por lugar estranho e sombrio. No entanto, a escuridão deste novo mundo, contrasta com a força e energia que pautam este Funeral, que arranca à amargura da vida arrancada – por vezes em tonalidades melancólicas delineadas sobretudo pelos arranjos das cordas e das vozes – um desejo de viver para sentir todas as coisas. A intimidade deste álbum tem o cheiro de uma almofada partilhada, vazia após uma noite de sono, e o conforto de sabermos que apesar de tudo a vida continua.
Em Rebellion (Lies), o corpo salta até à exaustão, sem conseguir parar, numa dança catártica, frenética e apoteótica, para depois sermos levados “na paz do banco de trás”, onde apenas temos de permanecer, sem fazer, sem falar, e podemos então mergulhar no silêncio do melhor disco de 2005.
Funeral, está imerso num ambiente de emoções fortes, que se reprimem e atraem, joga-se entre a vida e a morte, entre a separação e o casamento. A sonoridade surpreende a cada segundo e denota a criatividade e maturidade de quem, num álbum de estreia, revela a consistência dos mais experientes e roadados compositores da pop, como aliás de imediato foi reconhecido por bandas como os U2, que abrem concertos com a guitarra distorcida e quebrada de Wake Up, e por génios como Bowie que quis participar no crescimento deste futuro e se juntou aos The Arcade Fire para com eles cantar, e talvez para recordar o que é nascer dentro da música como no início da sua próspera carreira.
Este é um Requiem que não promete o “descanso eterno”, mas sim a continuidade da vida, de uma banda que se revelou uma das melhores da última década. Assim este Funeral não é um fim, mas antes um nascimento, se eu fosse músico, gostava de ter feito este disco!

14/02/06

O meu porto

Invade a minha cama com o teu corpo
Esse mundo que me abraça, que é meu porto
Cujos caminhos e trilhos
Se encontram no gosto amargo dos mirtilhos.

Não acendas a luz, que apaga a minha solidão
Que outra forma não conheço para além da escuridão.
Porque eu, quero que venhas e depois te vás
Pois apenas sozinho encontro alguma paz

Por isso não te ofendas se a minha Tristeza
Não te estender aos pés o vermelho manto,
Pois a companhia das pessoas Ela despreza

E, tal como toda a alma que se acalma na reza,
Ela encontra-se no profundo conforto do pranto.
O meu porto á a ilusão do teu abraço.

5/07

minute maid

12:54
A estranhesa apodera-se de mim num lugar familiar. Sinto-o como novo apesar do cheiro igual ao de todos os dias... deve ser do tempo.
12:55

16:50
Cercado por quatro paredes, está o meu desejo de te sentir.
Entrego-me à melancolia da chuva que parou lá fora.
Entrego-me ao entediante trabalho de pensar, só para poder não pensar no quanto gostava que aqui estivesses.
No silêncio vives, na ausência existes e é aqui que te amo...
Ah! Não há dia em que não me apeteça chorar-te.
16:57

8/3/05

Escrever, hoje

Escrever, hoje, é como desferir a cada palavra; a estocada final que nada finaliza, o golpe que não chega a ser de misericórdia porque apenas abre a ferida alastrando-a para além da dimensão do corpo…
Hoje as letras estranham-se umas às outras e repelem-se, afirmando a recusa da associação e desprezando a estabilidade do sentido.

8/3/06

Amanhecer (longe de ti)

Ouço-te raiar por entre as gotas do meu pranto,
Adivinho-te na luz que incendeia este meu canto.
Rompes p’la cidade
Que ainda está adormecida,
Num copo, (ab)sinto,
Esperança da minha saída.
O terror do pesadelo ameaça a minha porta,
O meu corpo tento erguê-lo de uma vida mais que morta.
Na minha cama gelada, jaz vazio e infeliz,
O desencanto da mágoa de
Amanhecer longe de ti.
A ausência do teu corpo
Invade-me como uma fome,
Com o romper de um novo dia,
Enquanto a noite dorme.

13/07/06